
A Igreja Ortodoxa Grega denunciou no domingo como um "ataque hediondo" um ataque durante a missa dominical, em plena Quaresma, no Túmulo da Virgem, um dos locais sagrados cristãos mais importantes de Jerusalém.
Num comunicado de imprensa publicado por volta das 10h15 (8h15 GMT) e referindo-se a este incidente, a polícia israelense indicou que interveio em Jerusalém Oriental, parte da Cidade Santa anexada por Israel, e prendeu "um suspeito ( 27 anos e morando no sul de Israel) por seu envolvimento em um incidente violento na igreja", sem mais detalhes sobre sua identidade.
Segundo Bilal Abou Nab, um vendedor que tem uma loja ao lado do santuário e que afirma ter presenciado o incidente, o assalto foi cometido por dois judeus, um vestindo kipá e o outro "calças com franjas penduradas nas laterais" ( o "tsitsit" usado por muitos judeus observantes).
Apelando à "protecção internacional dos lugares sagrados", o Patriarcado Grego Ortodoxo de Jerusalém, co-proprietário do Túmulo da Virgem (lugar de descanso final da mãe de Jesus, segundo uma tradição cristã), publicou um comunicado de imprensa referindo "uma tentativa de ferir fisicamente [um] arcebispo [que estava oficiando] e agredir um padre".
O depoimento da polícia menciona apenas um assaltante, "entrando na igreja [com] gritos e ameaçando os presentes com uma barra de ferro".
“Não houve feridos”, acrescenta o texto.
O Sr. Abou Nab afirma que “um religioso foi ferido na testa”, que um dos agressores gritou e proferiu “insultos e o segundo segurou uma barra de ferro e golpeou” os fiéis.
"Chamamos a polícia, mas eles chegaram ao local depois de mais de meia hora", acrescenta. Nesse ínterim, disse ele, um dos agressores foi subjugado, mas o outro fugiu.
“Ataques terroristas de grupos radicais israelenses visando igrejas, cemitérios e propriedades cristãs, além de ataques físicos e verbais ao clero cristão, tornaram-se quase diários e sua intensidade aumenta evidentemente em torno dos feriados cristãos”, lamenta o patriarcado.
Em janeiro, um cemitério episcopal em Jerusalém foi profanado e, em fevereiro, uma estátua de Cristo vandalizada em uma capela franciscana na Cidade Velha.
Cidade sagrada para os três monoteísmos, Jerusalém está no centro das tensões do conflito israelo-palestiniano. Em dezembro de 2021, os líderes da igreja local alegaram que os cristãos "se tornaram alvo de repetidos ataques de grupos radicais e marginais" em Jerusalém e em outras partes da Terra Santa e denunciaram a inação das autoridades israelenses.
O Conselho Editorial (com AFP)
Crédito da imagem: AFP/ Hazem Bader