
Durante mais de 2000 anos, a meditação cristã continuou a atravessar os séculos e a nutrir a fé de muitos cristãos. Assumindo diversas formas, continua a ser um dos lugares privilegiados de encontro com Deus e de onde fluem muitas graças. Mas como você encontra Deus através da meditação?
A meditação cristã é este tempo de troca íntima, de amizade, onde Deus se faz presente. Na tradição cristã, a meditação se divide em duas tendências principais: a meditação na palavra de Deus e a oração silenciosa. Ambos exigem silêncio e disponibilidade do Senhor para ouvi-lo.
Meditação na palavra de Deus
Duas formas de orar fazem parte deste processo de meditação: a lectio divina e a oração inaciana.
A Lectio divina é uma forma de meditação cristã composta por 4 etapas: a lectio, ou seja, o momento em que lemos e relemos a palavra de Deus. Tentamos encontrar elementos que ressoem mais particularmente em nós, que nos desafiem. Depois chega o momento da meditatio, onde nos voltamos para Deus para tentar captar o que a sua palavra nos diz hoje, na vida concreta.
Depois vem a oratio, um diálogo direto com Deus, e finalmente a contemplatio, que nos ajuda a manter um coração atento à presença de Cristo. Durante a sua oração, quem pratica a lectio divina poderá assim colocar-se estas três questões e meditá-las com verdade e humildade: o que este texto me diz sobre mim? O que isso me diz sobre Deus? E o que isso me diz sobre meu relacionamento com Deus?
A oração inaciana, desenvolvida no final do século XV por Inácio de Loyola, oferece outra abordagem: a de contemplar Cristo vivendo e agindo no mundo a partir de uma passagem da Escritura.
Composta por vários tempos, esta oração é sobretudo uma forma de se deixar tocar pelo Senhor e de personalizar a amizade com Ele. Depois de lido o texto, o orante pode fechar os olhos e imaginar a cena com todos os sentidos. O que Jesus está fazendo nesta passagem? O que ela está dizendo ? Qual é a atmosfera circundante? Que ruídos e cheiros estão presentes nesta cena?
Vivenciando plenamente esta cena ao lado de Jesus, torna-se mais fácil compreender a vontade de Deus para a própria vida e dirigir-se a Ele no segredo do coração.
Estas duas práticas meditativas confirmam-no: as Escrituras são um recurso precioso para orar e dirigir-se a Deus.
Oração silenciosa
A oração silenciosa é um momento de contemplação pessoal que aproveitamos para buscar a presença de Deus. Essa prática, que também faz parte da tradição meditativa, pode ser feita de diversas maneiras. Entre elas, duas grandes técnicas são propostas pelos Padres do Deserto: a oração do coração, proposta por eles a partir do século IV, e a oração, teorizada pela Ordem do Carmelo no século XVI.
A oração do coração consiste em repetir lentamente, ao ritmo da respiração, uma e a mesma frase ou uma mesma palavra. Sempre contém o nome Jesus, então pode ser apenas “Jesus”, ou uma frase mais longa, como “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de mim, pecador”.
Se a forma e as palavras exatas podem variar de acordo com a sensibilidade de cada pessoa, os Padres do Deserto recomendam que estejam de acordo com o ritmo da respiração. Repetida constantemente, esta técnica permite evitar todas as formas de distração e integrar o pensamento de Jesus em todas as suas atividades diárias.
Um pouco mais tarde, no século XVI, a Ordem do Carmelo fez da oração uma prática diária de pelo menos duas horas para todos os seus membros. É um momento privilegiado de troca e encontro com Deus. Para rezar, convém, portanto, começar por recolher-se para acolher a presença do Senhor no coração, depois trocar com Ele como com um amigo, com simplicidade, humildade e confiança.
A oração é acima de tudo um tempo de amor livre, de coração a coração com Deus. Se é possível confiar na Palavra de Deus, partir da própria experiência ou simplesmente oferecer-se ao Senhor, não é realmente necessária nenhuma técnica particular, pois a oração é, antes de tudo, um momento de amizade: basta tornar-se plenamente presente e disponível para quem espera de braços abertos.
Cada método tem suas especificidades, suas particularidades, mas todos têm o mesmo objetivo: aproximar-se do Senhor e segui-lo dia após dia. Cabe a cada um encontrar o estilo de meditação que mais lhe convém, com base na sua sensibilidade e atrativos, para que estes momentos privilegiados com o Senhor se tornem verdadeiros momentos na sua presença.
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Estela J.