
O Papa Francisco pede a reforma das Nações Unidas, que "mostrou seus limites" com a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia, segundo um novo livro do pontífice argentino, um trecho do qual o jornal La Stampa publicou neste domingo.
“Quando falamos de paz e segurança globais, a primeira organização em que pensamos é a Organização das Nações Unidas (ONU) e, em particular, seu Conselho de Segurança. A guerra na Ucrânia destacou mais uma vez a necessidade de garantir que a atual estrutura multilateral encontre caminhos mais ágeis e eficazes para a resolução de conflitos”, disse François.
“Em tempos de guerra, é fundamental afirmar que precisamos de mais multilateralismo e melhor multilateralismo”, acrescenta, mas a ONU como funciona desde a sua criação já não “responde a novas realidades.
“As Nações Unidas foram construídas para dar forma à rejeição dos horrores que a humanidade experimentou durante as duas guerras do século XX. Embora a ameaça que representavam ainda seja forte, o mundo de hoje não é mais o mesmo” e as instituições internacionais devem ser “fruto do maior consenso possível”, segundo ele.
“A necessidade dessas reformas ficou mais do que óbvia após a pandemia, durante a qual o atual sistema multilateral mostrou todos os seus limites. Da distribuição das vacinas, tivemos um exemplo gritante de que às vezes a lei do mais forte pesa mais que a solidariedade”, lamenta François.
Ele defende “reformas orgânicas, destinadas a fazer com que as organizações internacionais redescubram sua vocação primordial de servir a família humana”.
Ele também é o defensor da “segurança integral” que consiste em garantir todos os direitos (alimentação, saúde, econômico e social) e sob a qual as instituições internacionais devem tomar suas decisões.
O livro “Peço-te em nome de Deus. Dez orações por um futuro de esperança” sai na terça-feira na Itália.
O Conselho Editorial (com AFP)