
O número de pessoas que fogem do conflito na Ucrânia ultrapassou a marca de 1,5 milhão, constituindo a mais rápida crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, alertou a ONU no domingo.
“Mais de 1,5 milhão de refugiados da Ucrânia cruzaram para países vizinhos em dez dias. Esta é a crise de refugiados que mais cresce na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”, disse o Alto Comissário para Refugiados, Filippo Grandi, em um tuíte.
Mais de 1.5 milhão de refugiados da Ucrânia cruzaram a fronteira para países vizinhos em 10 dias – a crise de refugiados que mais cresce na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
- Filippo Grandi (@FilippoGrandi) 6 de março de 2022
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados informou no sábado quase 1,37 milhão de refugiados.
As autoridades e a ONU esperam que o fluxo se intensifique ainda mais, à medida que o exército russo continua sua ofensiva, principalmente em Kiev, a capital ucraniana.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) em Genebra, os relatos de ataques a centros de saúde na Ucrânia estão aumentando.
“A OMS autenticou vários ataques à saúde na Ucrânia, resultando em várias mortes e ferimentos. Outras informações estão sendo verificadas”, disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um tweet no domingo.
"Ataques a instalações médicas ou profissionais de saúde violam a neutralidade médica e constituem violações do direito internacional humanitário", disse ele.
A Polônia é o principal país anfitrião do fluxo de refugiados, que se seguiu às primeiras hostilidades.
Desde 24 de fevereiro, o início da invasão russa da Ucrânia, 922.400 pessoas fugindo do conflito entraram na Polônia, anunciaram os guardas de fronteira poloneses na manhã de domingo.
Na véspera, sábado, as chegadas atingiram um nível recorde com 129.000 viajantes, a grande maioria cidadãos da Ucrânia, mas também de vários outros países, incluindo Polônia, Uzbequistão, Bielorrússia, Índia, Nigéria, Argélia, Marrocos, Afeganistão, Paquistão, Estados Unidos Estados Unidos e Rússia, segundo a mesma fonte.
Segundo a ONU, 4 milhões de pessoas podem querer deixar o país para escapar da guerra.
O primeiro relatório de situação da OMS publicado na noite de sábado indica que 18 milhões de pessoas são afetadas pelo conflito na Ucrânia.
A OMS enviou funcionários para a Moldávia, Romênia e Polônia para aumentar suas capacidades de resposta. A agência de saúde da ONU também mobilizou especialistas em logística na Polônia para estabelecer um centro de operações e ajudar a proteger os corredores terrestres, para facilitar a entrega rápida de assistência às populações afetadas.
Em 4 de março, a OMS enviou seu primeiro lote de suprimentos médicos para a Polônia, que chegou à Ucrânia por terra. Esta assistência deve permitir, em particular, atender às necessidades de saúde de 150.000 pessoas, incluindo 1.000 pessoas que necessitam de cuidados cirúrgicos.
Um segundo carregamento estava a caminho no sábado.
A equipe editorial (com AFP)