
A estátua do Arcanjo São Miguel de Sables-d'Olonne (Vendée), cujo Conselho de Estado solicitou a retirada do espaço público, será transferida "alguns metros" para um terreno privado, recentemente vendido à freguesia pelo município, anunciou o prefeito na segunda-feira.
“Os aiatolás do secularismo terão empurrado a nossa estátua alguns metros para trás, mas terão avançado o nosso desejo de defender a nossa cultura e a nossa arte de viver”, declarou em conferência de imprensa o vários autarcas de direita, Yannick Moreau.
A estátua será transferida “em setembro” para um terreno de 53 m2 junto à igreja de Saint-Michel vendido “cerca de 3.000 euros” à freguesia pela autarquia, onde também será instalada uma rampa de acesso para pessoas com mobilidade reduzida.
A estátua foi anteriormente instalada na frente do pátio, em terreno público.
Em dezembro de 2021, o tribunal administrativo de Nantes acordou com a associação La Libre Pensée que solicitou ao município que esta estátua fosse retirada do espaço público.
A decisão foi confirmada pelo tribunal administrativo de recurso em setembro de 2022 e depois pelo Conselho de Estado em abril de 2023.
“O punhado de secularistas radicais terá o seu desmascaramento, mas a vontade dos Sablais é respeitada porque a estátua de Saint-Michel permanecerá no seu lugar, de forma totalmente legal”, afirmou Yannick Moreau, apontando para a “tempestade de + cancelar cultura +” ou a cultura do cancelamento, que visa “cancelar” comentários considerados polêmicos e forçar seus autores a pedir desculpas.
Em março de 2022 foi organizada uma consulta sobre o destino da estátua, durante a qual 94% dos 4.593 participantes – para 45.000 habitantes – votaram pela manutenção da estátua no espaço público.
Presente na cidade entre 1935 e 2017 no terreno de uma escola particular, a estátua foi transferida em 6 de outubro de 2018 e instalada no novo átrio da igreja de Saint-Michel. A sua instalação foi abençoada por um padre católico.
O pároco sénior de Sables-d'Olonne, padre Antoine Nouwavi, ficou encantado na conferência de imprensa com a adoção de uma solução que “põe fim à polémica”.
O Conselho Editorial (com AFP)