
Uma delegação de inuits canadenses viajará à França de 12 a 15 de setembro para buscar a extradição de um padre francês acusado de agressões sexuais desde a década de 1960, informou a organização indígena nesta quarta-feira.
Os seis membros do grupo querem fazer lobby e apoiar o pedido de extradição feito pelo Canadá há algumas semanas.
No extremo norte canadense, o caso é visto por muitos como o símbolo da impunidade dos agressores sexuais dentro da Igreja Católica.
"Instamos o presidente Macron, o primeiro-ministro, a Sra. Borne, e o Ministro da Justiça a extraditar o Sr. Joannes Rivoire", disse à imprensa Aluki Kotierk, presidente da organização Nunavut Tunngavik, que representa os Inuit desta região.
"A igreja e seus padres não estão acima da lei", denunciou este último que faz parte da delegação, falando do padre como "fugitivo procurado no Canadá" há anos.
A delegação planeja ir a Paris e depois a Lyon, onde será recebida em particular pelo chefe dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, a congregação religiosa à qual o sacerdote pertence.
"Os atos hediondos do Sr. Rivoire assombraram meu falecido pai Marius", disse Tanya Tungilik em um comunicado. A denúncia apresentada por seu pai contra o religioso deu origem a um primeiro mandado de prisão entre 1998 e 2017 por agressões sexuais contra três menores.
Ele é alvo de um mandado de prisão no Canadá desde fevereiro, depois de apresentar uma nova queixa em setembro por uma agressão sexual ocorrida há cerca de 47 anos.
Até agora, o nonagenário, que vive em uma casa de repouso em Lyon, nunca se preocupou. Ele contesta todas as acusações de abusos cometidos no extremo norte canadense durante sua missão.
"Por suas ações, o Sr. Rivoire nos condenou a sofrer por toda a vida", acrescentou Tanya Tungilik, que disse ter discutido a história de seu pai e família com o Papa Francisco durante sua viagem ao Canadá em julho.
Joannes Rivoire, que tem dupla nacionalidade, representa um caso complexo para a França, que tem uma política de não extraditar seus cidadãos, disse à AFP uma fonte familiarizada com o assunto.
O Conselho Editorial (com AFP)