Meeting Place des Clichés

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Vamos, estamos entre nós, atrevo-me a dizer-lhe... Sempre que vou a Paris às instalações da Fédération Protestante de France, a dois passos da Place de Clichy, penso no esboço de Gad Elmaleh: " Todos esses clichês, eu os pegaria, os mataria, os torceria, os colocaria em uma praça que batizaria (com o sotaque marroquino) a Place des Clichés"... Às vezes eu rio - e às vezes nem tudo - esses clichês que as pessoas têm sobre os cristãos de todas as convicções.

CAlgumas pessoas pensam que ir à igreja é ser um pouco exultante, louco, até mesmo ingênuo o suficiente para acreditar nessas belas histórias. Alguns vêem os cristãos como pessoas que procuram fugir da realidade. Outros nos imaginam vítimas de um culto, quando não nos vêem diretamente como gurus que buscam recrutar seguidores. Alguns, de aparência mais compassiva, acreditam que somos tristes, austeros, velhos para a hora… Há também os fãs que não entenderam tudo: “Ah, enfim aquele que respeita as nossas tradições! "Ou" Somos um país cristão, nome de Deus! Normalmente seguido por sua maldição favorita. A todos, gostaria de dizer: venham e vejam.

Veja o que são os cristãos. Você encontrará entre eles rappers, treinadores de boxe, amantes do hard rock, amigos de transexuais e prostitutas, empresários, artesãos, professores, todos os tipos de artistas e pessoas que se arriscam no dia a dia. E centenas, milhares, centenas de milhares de outras situações, das mais usuais às mais espetaculares.

Venha e veja. Veja se seus livros os congelaram na Idade Média. Veja se alguns de seus músicos não sabem como largar seu violão. Vejam se estão fora das realidades concretas, se não se preocupam com as crises que atravessa o nosso mundo, se são indiferentes à miséria dos seus contemporâneos, se não se interessam pela gestão da Cidade e pelas questões ambientais.

Veja se não há entre eles chefões e homenzinhos, intelectuais e manuais, pessoas de todas as origens, que todos se consideram "irmãos e irmãs". Olhe para eles, esses cristãos que, movidos pela fé, se envolvem na vida cultural, econômica, social e política. Que, transformados internamente, carregam altos valores que os habitam e que os beneficiam tanto quanto os outros.

Veja os que têm vestiários sociais, visitam os enfermos, ensinam a benevolência e o amor às crianças, transmitem a esperança a quem já não a tem, têm um papel pacificador nas relações humanas, acolhem quem não quer. Veja aqueles cujo amor ao próximo se manifesta nas obras, aqueles que souberam superar as experiências mais dolorosas com o perdão, aqueles que trabalham aqui e ali por mais justiça. Finalmente, veja aqueles que são portadores de boas novas e que oram por seus inimigos. Venha, veja e vamos matar os clichês da “Place des Clichés”!


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