Defesa da liberdade religiosa: Eric Treene, advogado cristão que luta contra a discriminação contra todas as religiões

Por mais de 25 anos, o advogado Eric Treene defendeu judeus, Testemunhas de Jeová, muçulmanos e muito mais no tribunal. Esse cristão que é ancião de uma igreja presbiteriana nos Estados Unidos explica que é sua fé que o motiva a defender a liberdade religiosa para todos.
Cristianismo Hoje (CT) publicou uma entrevista esta semana com o advogado Eric Treene, ex-assessor especial sobre discriminação religiosa no Departamento de Justiça dos EUA, cargo que ocupou sob quatro presidentes.
Este fervoroso defensor da liberdade religiosa foi homenageado na primavera passada pelo Fórum da Liberdade que lhe concedeu o título de "campeão da liberdade de expressão".
A organização acredita que ele demonstrou através de seu trabalho "como uma pessoa de fé profunda pode ser guiada pela Primeira Emenda para proteger a liberdade religiosa para todos, especialmente as religiões minoritárias".
Nesta entrevista para o CT, o advogado, que também é líder de uma igreja presbiteriana, explica como sua fé em Jesus o motivou a defender a liberdade religiosa para todos, sem discriminação.
Eric Treene acredita que, como cristãos, nosso compromisso de defender a liberdade religiosa deve ir muito além de nossa fé pessoal.
“Acho que, como cristãos, devemos pensar por que acreditamos na liberdade religiosa. É apenas para o bem dos cristãos? É simplesmente porque está na Constituição? Ou é algo mais fundamental? Eu acho que como cristãos vai muito mais longe. »
Ele lembra que nas Escrituras, “a ênfase está no crer e há a ideia de que a fé genuína exige crer”. “Não basta o governo obrigar as pessoas”, continua, afirmando que “as pessoas devem ser livres das suas crenças”.
O "campeão da liberdade de expressão" diz-se encorajado pela evolução das mentalidades sobre o lugar da religião no espaço público. No entanto, ele ressalta que ainda há “problemas”. Recentemente, ele representou muitos judeus ortodoxos que "enfrentam muito preconceito". “Crimes de ódio contra judeus sempre foram uma preocupação”, explica ele.
Com relação aos evangélicos, o advogado relata que o problema que surge e gera hostilidade é quando “as crenças evangélicas entram em conflito com as crenças seculares profundamente arraigadas”. Ele cita como exemplo os debates em torno da igualdade para pessoas LGBT.
Em geral, ele acredita que se a sociedade (americana) é bastante tolerante em relação à religião, o é muito menos quando as opiniões religiosas interferem nos valores seculares.
Segundo ele, a liberdade religiosa implica a criação de um espaço que autoriza o erro. “O que é inteiramente bíblico”, enfatiza. “Mesmo quando alguém está errado, você tem que amá-lo, ouvi-lo e ser humilde. A lei cria esse espaço para as pessoas seguirem sua consciência”, conclui o advogado.
Camille Westphal Perrier