
Um homem foi queimado até a morte por uma multidão enfurecida de muçulmanos na capital da Nigéria, Abuja, no sábado, após uma discussão com um clérigo que mobilizou seus seguidores contra a vítima, disse a polícia.
De acordo com um comunicado da polícia de Abuja, o incidente ocorreu no bairro de Lugbe depois que um guarda de 30 anos, Ahmad Usman, "entrou em uma discussão com um líder religioso muçulmano".
A discussão aumentou quando o monge mobilizou seus seguidores. Cerca de 200 pessoas atacaram violentamente Ahmad Usman antes de incendiá-lo, disse a polícia.
A calma já voltou ao bairro e os motivos do conflito entre os dois homens não foram comunicados de imediato.
A polícia não disse se ele estava ou não ligado a um caso de blasfêmia, um assunto muito sensível e tenso no país mais populoso da África, dividido quase igualmente entre um sul predominantemente cristão e um norte predominantemente muçulmano.
A blasfêmia é punível com a morte sob a Sharia, que se aplica ao lado da lei comum em vários estados do norte da Nigéria. Mas os linchamentos da multidão são comuns.
Em maio, uma multidão incendiou casas e lojas no estado de Bauchi, no norte do país, após uma "mensagem blasfema postada nas redes sociais", segundo a polícia local.
Essa violência ocorreu poucos dias após o apedrejamento até a morte de Débora Samuel, uma estudante cristã da cidade de Sokoto, no norte, por uma multidão de jovens muçulmanos na universidade, que a acusou de postar uma mensagem insultuosa para o profeta Maomé.
Quatro dias depois, centenas de muçulmanos se manifestaram na cidade de Maiduguri, no nordeste do país, para exigir a morte de outra mulher cristã, novamente em conexão com um post online supostamente blasfemo.
O Conselho Editorial (com AFP)