Massacre de Mukondi na RDC: o Estado Islâmico reivindica a morte de "cristãos"

Massacre de Mukondi na RDC reivindica a morte de cristãos

Mais de 40 pessoas foram mortas em Mukondi e Mausa, leste da República Democrática do Congo, por supostos rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF), filiado ao grupo Estado Islâmico.

A aldeia de Mukondi, no leste da República Democrática do Congo (RDC), foi massacrada durante a noite de quarta a quinta-feira por supostos rebeldes do ADF, afiliados ao grupo Estado Islâmico (IS). Lamentamos a morte de mais de 40 pessoas em Mukondi e Mausa, a 2 km de distância.

Associated Press disse em um comunicado divulgado na sexta-feira pela agência de notícias Aamaq que o Estado Islâmico disse ter matado "cristãos" com armas e facas e destruído suas propriedades. Este lançamento está associado à foto de casas em chamas.

"Minha cunhada e meu sobrinho foram mortos com facões na minha frente", diz Kavugho Tsongo, um agricultor de 40 anos. Ela sobreviveu ao massacre, mas sofreu cortes e uma fratura no braço. “Vieram como visitantes... Até os recebemos”, continua, referindo-se à chegada dos agressores a Mukondi.

Mas então, "eles cruzaram a aldeia a noite toda", queimando casas, matando impiedosamente.

Kambale Kivyeku, 58, é agricultor. Ele havia acabado de deixar seu campo quando, chegando a Mukondi, viu casas pegando fogo. Os homens estavam lá, ele perguntou o que estava acontecendo. "Sem saber, acabei de falar com os rebeldes. Eles me disseram para descer e apontaram uma arma para mim", disse Kambale. Os assaltantes então o atingiram com um galho de árvore e ainda hoje, Kambale não sabe "por que mágica" conseguiu escapar deles.

O cacique da aldeia, Deogratias Kasereka, afirma que “usaram armas cortantes, facões, machados, não houve tiro”. Houve, segundo ele, 31 mortos, mas outras pessoas também foram mortas na aldeia de Mausa, a 2 km de distância.

No total, segundo fontes administrativas e da sociedade civil, mais de 40 pessoas foram mortas nas duas aldeias, neste ataque atribuído aos rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF), filiadas ao EI.

Originalmente composta principalmente por rebeldes muçulmanos de Uganda, as ADF estão enraizadas desde meados da década de 1990 no leste da RDC, onde são acusadas de terem massacrado milhares de civis.

No hospital geral de referência em Kalunguta, a 7 km de Mukondi, a maioria dos feridos internados após o ataque apresentava ferimentos na cabeça. O diretor médico, Justin Muyisa, diz que recebeu 17, incluindo 11 crianças, quatro mulheres e dois homens. Alguns em estado crítico, outros menos gravemente afetados. “Não temos assistência, precisamos urgentemente de remédios”, implora o médico, esperando não ter que acolher outros feridos.

Em 12 de março, a aldeia de Kirindera sofreu uma incursão de rebeldes do ADF. Lamentamos a morte de 19 pessoas. Um centro de saúde, casas e um hotel foram incendiados Rádio Okapi.

MC (com AFP)


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