
O bispo católico nicaragüense Rolando Álvarez, encarcerado, foi libertado e preso novamente depois de se recusar a deixar o país, disse à AFP nesta quarta-feira uma fonte diplomática em Manágua.
Alvarez foi condenado a 26 anos de prisão em fevereiro depois de se recusar a embarcar em um avião com destino aos Estados Unidos que transportava 222 presos políticos exilados.
A fonte diplomática, que falou sob condição de anonimato, disse que Alvarez foi libertado na segunda-feira, mas depois voltou para a prisão onde estava detido por cinco meses por "minar a integridade nacional".
O arcebispo de Manágua, Leopoldo Brenes, negou esta versão dos acontecimentos, chamando-a de "especulação".
"Foi o que aconteceu agora com muitos jornalistas. Eles publicaram informações sem confirmá-las e, em vez disso, criaram um rebuliço", disse Brenes à AFP.
Notícias, especialmente entre a mídia nicaraguense no exílio, têm se espalhado desde terça-feira sobre a libertação de Alvarez.
O bispo é um crítico veemente do que chamou de restrições à liberdade religiosa sob o governo de Daniel Ortega, presidente desde 2007.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos exigiu na semana passada “exigir que o Estado da Nicarágua proceda imediatamente à libertação do arcebispo Rolando José Álvarez” e adote medidas para proteger sua vida e saúde.
As relações entre a Santa Sé e Manágua são tensas. A embaixada do Vaticano na Nicarágua foi fechada no início deste ano depois que o Papa Francisco, em uma entrevista, chamou o governo de Ortega de ditadura.
O Conselho Editorial (com AFP)