
A Abadia de Westminster, que sediará a coroação do rei Carlos III em 6 de maio, está no centro da monarquia britânica há quase um milênio.
Na década de 1040, o rei Eduardo, o Confessor, construiu uma igreja de pedra no local de um mosteiro beneditino fundado por volta de 960. A construção da imponente abadia gótica que conhecemos hoje começou sob o rei Henrique III em 1245.
A abadia localizada no centro de Londres foi construída como um local para coroações e funerais de monarcas.
Coronários
Carlos III será o 40º monarca a ser coroado na abadia, quase um milênio depois de Guilherme, o Conquistador, em 1066.
Charles será coroado na "cadeira da coroação", como sua mãe Elizabeth II em 1953. Este trono foi feito em 1300-1301. Já incluiu a Pedra do Destino, usada por séculos para coroar os reis da Escócia.
Este bloco de arenito foi brevemente roubado por estudantes escoceses em um empreendimento ousado em 1950 e acidentalmente partido ao meio.
Em 1996, em plena ascensão do sentimento de independência, a pedra foi simbolicamente devolvida à Escócia. Mas está combinado que ela retornará do Castelo de Edimburgo para Westminster para as coroações.
Casamentos
O prédio também já foi palco de casamentos reais, a maioria desde a Primeira Guerra Mundial.
O primeiro foi o casamento do rei Henrique I com a princesa Matilda da Escócia em 11 de novembro de 1100.
Os avós de Charles, o príncipe Albert - mais tarde rei George VI - e Elizabeth Bowes-Lyon se casaram lá em 1923.
A mãe de Charles também se casou lá quando ela ainda era apenas a princesa Elizabeth. A futura rainha casou-se com Philip Mountbatten em Westminster em 1947, trazendo um pouco de cor ao pós-guerra.
A irmã de Elizabeth II, a princesa Margaret, e seus filhos, a princesa Anne e o príncipe Andrew, também se casaram lá.
O último casamento real realizado lá foi o do filho mais velho de Charles, William, que se casou com Kate Middleton em 2011.
Quatorze anos antes, em 1997, William compareceu à abadia no funeral de sua mãe Diana, que morreu em um acidente de carro em Paris.
Velório
Um total de 30 reis e rainhas estão enterrados na abadia. O rei George II foi o último, em 1760.
Lá foram celebrados os funerais de 3.300 pessoas, incluindo os de figuras ilustres da história britânica: Charles Dickens, Rudyard Kipling, Henry Purcell, além de oito primeiros-ministros.
Foi aqui que o funeral da Rainha Elizabeth II foi celebrado em 19 de setembro de 2022, para 2.000 convidados.
As cinzas do astrofísico Stephen Hawking foram colocadas lá em 2018 entre os túmulos de Isaac Newton e Charles Darwin.
Outras personalidades têm lá o seu memorial, e lá está o túmulo do soldado desconhecido, cujo corpo foi repatriado da Europa continental após a Primeira Guerra Mundial.
"Peculiaridade real"
A abadia, que leva o nome completo de Collegiate Church of St Peter, Westminster, tem status "real peculiar", o que significa que está isenta de qualquer jurisdição eclesiástica que não seja a do monarca.
O rei é o chefe da Igreja da Inglaterra.
A abadia costuma acomodar cerca de 2.200 pessoas, embora a maioria não possa ver a coroação do rei devido ao muro que separa a nave do coro.
Em 1953, cerca de 8.250 pessoas correram para a coroação de Elizabeth II, graças às arquibancadas instaladas para a ocasião.
Cerca de 2.000 pessoas são esperadas para a coroação de Charles, muito menos do que há 70 anos devido aos novos padrões de segurança.
Além dos períodos de celebrações reais, a abadia realiza regularmente serviços religiosos abertos ao público.
O Conselho Editorial (com AFP)