Indonésia: retorno das tradições ancestrais da Páscoa, após a trégua ligada ao Covid-19

Indonésia: retorno das tradições ancestrais da Páscoa, após a trégua ligada ao Covid-19

Milhares de peregrinos católicos participaram da tradicional procissão de Páscoa que aconteceu no leste da Indonésia na sexta-feira, após um hiato de três anos devido à Covid-19.

Cerca de 7.000 pessoas se reuniram em uma frota de barcos a remo em Larantuka, uma cidade na ilha de Flores, na sexta-feira para carregar uma caixa contendo uma estátua sagrada do menino Jesus.

"É uma peregrinação espiritual. Ficamos maravilhados. Fiquei arrepiado ao ver isso pela primeira vez", disse Erasma Arpete Nilam, acrescentando que "suas necessidades espirituais" a levaram a deixar a ilha de Bornéu para participar da celebração.

A comunidade cristã da Indonésia, cerca de 3% dos 270 milhões de habitantes do país de maioria muçulmana, tem sido repetidamente alvo de discriminação e ataques de militantes islâmicos nos últimos anos.

O evento terá seu ápice na noite de sexta-feira, com um desfile noturno do qual participarão peregrinos vestidos de preto para lamentar a morte de Jesus.

Eles acenderão velas e carregarão uma estátua de Maria ao lado da de Jesus, que geralmente fica em um caixão coberto de preto.

Essa tradição tem suas raízes em um mito do século XVI em que um menino, enquanto pescava, teria descoberto a estátua de uma mulher.

Os habitantes da ilha construíram um culto em torno desta estátua antes da chegada dos missionários portugueses à Indonésia e mais tarde identificaram-na como representando Maria.

Muitos países tiveram que abrir mão de algumas comemorações devido à pandemia, antes de retomar a tradição neste ano.

Na sexta-feira, centenas de filipinos celebraram a Paixão de Cristo flagelando-se até sangrar - a sangrenta Páscoa -, alguns chegando a ser pregados numa cruz.

O Conselho Editorial (com AFP)

Crédito da imagem: AFP/ INA FASSBENDER

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