
O secretário-geral da ONU pediu nesta quinta-feira a investigação do "catálogo de crueldades" que ocorre na Ucrânia, durante uma reunião do Conselho de Segurança sobre "impunidade" por crimes cometidos desde a invasão do país pela Rússia.
Os relatórios dos serviços humanitários da ONU "são um catálogo de crueldades: execuções sumárias, violência sexual, tortura e outros tratamentos desumanos e degradantes contra civis e prisioneiros de guerra", declarou António Guterres na abertura desta reunião em que o chanceler russo Sergei Lavrov participa notavelmente.
"Todas essas acusações devem ser investigadas, para garantir a responsabilização", acrescentou Guterres. “Os autores devem ser responsabilizados em processos judiciais justos e independentes. As vítimas e suas famílias têm direito à justiça e reparação”.
"Os últimos sete meses foram marcados por sofrimento e desolação incalculáveis", disse ele.
"Não há paz sem justiça", disse a ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, que preside a reunião, observando que os responsáveis "devem responder" por seus crimes.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kouleba, questionado pouco antes da reunião sobre estar na mesma sala que Sergei Lavrov, observou que respeitaria o “distanciamento social”.
O promotor do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, também está participando da reunião, pois o TPI abriu uma investigação na Ucrânia sobre supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade poucos dias após a invasão da Rússia em 24 de fevereiro.
O Conselho Editorial (com AFP)