
A mais alta autoridade da Igreja Católica Romana na Suíça anunciou no domingo que foi aberta uma investigação preliminar sobre acusações de encobrimento de agressão sexual dentro da Igreja.
A Conferência dos Bispos Suíços especificou, num comunicado de imprensa, que a investigação foi aberta na sequência de "alegações feitas contra vários membros eméritos e em exercício da Conferência dos Bispos Suíços, bem como outros membros do clero na gestão de casos de abuso sexual".
“Alguns deles são acusados de terem cometido abusos sexuais no passado”, especifica o comunicado de imprensa.
O semanário SonntagsBlick informou no domingo que um ex-padre proeminente acusou quatro bispos atuais e dois ex-bispos em uma carta de encobrir casos de abuso sexual por parte do clero na Suíça.
Entre os quatro, um foi acusado de assediar sexualmente um menino, segundo o jornal.
A Conferência reconheceu no seu comunicado de imprensa que uma carta datada do final de Maio continha acusações relativas à “gestão de casos de abuso sexual”.
Algumas destas pessoas “são elas próprias acusadas de terem cometido abusos sexuais no passado”, refere o comunicado, sublinhando que “as autoridades competentes foram informadas dos casos mencionados na carta”.
A carta foi dirigida a Martin Krebs, núncio apostólico na Suíça, que transmitiu as acusações ao dicastério em Roma.
Em 23 de junho, o dicastério ordenou uma investigação preliminar e nomeou o bispo de Chur, Joseph Bonnemain, para liderar a investigação que deverá ser concluída antes do final do ano, segundo a mesma fonte.
“O principal objetivo desta investigação eclesiástica preliminar é a acusação de encobrimento de casos de abuso”, argumentou a Conferência. “As investigações sobre alegados crimes sexuais são principalmente da competência da polícia e do Ministério Público”, sublinhou.
A Conferência esclareceu que as suas directrizes exigem que os líderes religiosos apresentem queixas às autoridades em todos os casos em que haja suspeita de agressão sexual contra menores.
O Conselho Editorial (com AFP)