
A Itália autorizou a extradição de um padre procurado pela Argentina por seu papel durante a ditadura militar no país sul-americano, disse à AFP nesta quinta-feira um advogado do Estado argentino.
Me Arturo Salerni confirmou que o pedido de extradição do sacerdote, que voltou à Itália em 2011, foi assinado na quarta-feira pelo ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio.
Franco Reverberi, sacerdote argentino de 85 anos de origem italiana, "é acusado, em competição com outros (soldados, nota do editor), de ter sequestrado opositores políticos para transferi-los para lugares secretos onde foram torturados e um deles é mortos", disse Salerni.
Ele é "acusado de concorrência no assassinato na Argentina de um jovem que se chamava José Beron e tinha 22 anos na época do golpe militar e de concorrência com os militares de San Rafael em uma série de torturas", esclareceu o Sr. Salerni.
San Rafael é uma pequena cidade no centro da Argentina e Franco Reverberi era o capelão militar de lá.
A Interpol também havia emitido um mandado de prisão contra o padre, procurado pela Argentina desde 2012.
A ditadura militar da Argentina de 1976 a 1983 deixou cerca de 30.000 mortos ou desaparecidos, segundo estimativas de organizações de direitos humanos - um número às vezes contestado - e centenas de bebês foram "roubados" de detidos que já desapareceram.
Mais de 1.000 pessoas foram condenadas por crimes contra a humanidade neste país desde que foram realizados julgamentos nesta área em meados dos anos 2000, após mais de uma década de leis de anistia.
O Conselho Editorial (com AFP)