
A Igreja Católica na África do Sul anunciou na quarta-feira que organizou e apoiou uma ação coletiva contra as mineradoras do país em nome de mineradores de carvão com doenças pulmonares.
A Conferência dos Bispos da África Austral disse em um comunicado que entrou com uma ação coletiva em um tribunal na terça-feira no país da África Austral que é altamente dependente do carvão para sua geração de energia.
"Na maioria das vezes, os ex-mineiros não são mais sindicalizados e não têm nem meios nem capacidade para processar judicialmente as grandes empresas responsáveis pelas doenças pulmonares de que padecem", disse o arcebispo da Cidade do Cabo, Stephen Brislin, citado no jornal Comunicado de imprensa.
"Cabe, pois, à Igreja prestar assistência (...) para que possam obter a indemnização que legalmente lhes é devida".
A ação coletiva é movida em nome de 17 menores ou ex-menores e visa a gigante BHP, sua subsidiária South32, bem como a empresa Seriti, disse à AFP Dasantha Pillay, advogado da parte civil.
O procedimento visa obter reparações para os mineiros que trabalharam para estas empresas desde 1965 e contraíram uma doença relacionada com a sua actividade, bem como para as famílias dos falecidos.
Conscientes dos riscos para a saúde, as mineradoras não forneceram nem as informações nem os equipamentos necessários para garantir um ambiente de trabalho seguro, segundo a Igreja sul-africana.
"O assunto está sendo revisto dentro da empresa", disse South32 à AFP, recusando-se a comentar.
Também contactadas, as outras empresas não responderam de imediato.
O carvão é um pilar da economia da principal potência industrial africana. O setor emprega cerca de 100.000 pessoas e fornece 80% da eletricidade.
Segundo a ONG Greenpeace, a província carbonífera de Mpumalanga (nordeste) é uma das regiões do mundo onde o ar é mais poluído.
O Conselho Editorial (com AFP)