“Quando você ficar com raiva, não peque. "(Efésios 4:26)
Incrível injunção, não é?
Escrevendo isso aos Efésios, o apóstolo Paulo não diz “não se irritem, pois então seria pecado”. Ele diz para ter cuidado para que a raiva não nos leve a pecar.
Jesus ficou irado quando expulsou os mercadores do templo. Ele pecou por tudo isso?
Temos um certo entendimento relacionado à raiva, que a associa a atitudes odiosas, palavras ultrajantes ou insultuosas.
Você pode ficar com raiva enquanto é benevolente.
Porque sendo uma emoção humana "normal", a raiva, como qualquer outra emoção, não é em si "boa" ou "má". Por outro lado, se não forem gerenciadas adequadamente, as causas ou consequências de nossa raiva podem ser ruins e qualificadas como "pecados".
Por exemplo, a paciência é apresentada como fruto do Espírito. Mas se alguém é paciente para perdoar, se é paciente para fazer o bem, se é paciente para resolver um conflito com um irmão ou uma irmã, essa virtude não é mais uma virtude.
Da mesma forma, se a raiva se torna um pretexto - e o risco é grande - para soltar palavras, gestos ou pensamentos que normalmente seriam contidos, então se torna uma ocasião para uma queda. E por seu caráter impulsivo e poderoso, por sua natureza estruturalmente oposta aos valores e ao que o indivíduo aprova ou considera “bom” a raiva está naturalmente muito próxima de levar a pessoa ao pecado.
Também é apropriado questionar a legitimidade espiritual de nossa raiva.
Quando uma pessoa está com raiva, muitas vezes é porque o evento que gerou a raiva entrou em conflito com seus próprios interesses. Agora, a Bíblia convida a todos a não olhar para seus próprios interesses, mas em tudo, para buscar a glória de Deus.
Conseqüentemente, um fato que atinge nossas sensibilidades ou nossos interesses pode provocar uma ira que não carrega santidade.
Não estamos falando de "ira santa"?
Quando a raiva vem em resposta à oposição aos princípios divinos, pode ser frutífera. É preciso, então, saber fazer um catalisador construtivo, uma energia criativa para levar adiante os projetos em coerência com a vontade divina.
Como um cavalo selvagem, a raiva exige ser dominada para se tornar um veículo que nos leva mais longe, ao invés da expressão de uma emoção que fere, atropela e destrói.
Você quer entender e controlar sua raiva legítima, em vez de deixar que ela o domine?
Pascal Portoukalian
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